Júnior Melo apresenta uma das cenas da intervenção Artérias – O Caminho dos Pecados
O Cine Teatro de Lauro de Freitas foi palco para cinco dias de eventos em agosto, quando comemorava 34 anos. Espetáculos de dança e teatro, com entrada gratuita, buscaram a difusão das artes e o diálogo permanente com as culturas locais e globais. O espaço, administrado pela secretaria de Cultura do Estado da Bahia, foi inaugurado em 18 de agosto de 1983.
A abertura ficou por conta do diretor de teatro Duzinho Nery, que apresentou na área externa do espaço cultural a intervenção Artérias – O Caminho dos Pecados, em cenas representadas pelos alunos da oficina de teatro do grupo Távola Cultural. Na sala principal, o balé do Teatro Castro Alves encenou DAN, propondo uma reflexão sobre a dualidade no mundo e a oficina Recontando apresentou diversos contos da mitologia africana e indígena.
O grupo Criando Asas apresentou o resultado de seu trabalho com o teatro do oprimido, levando ao palco o grupo de pessoas portadoras de deficiência que tem emocionado a cidade, no espetáculo Que onda é essa, mano?
Já o grupo Invicta fez uma reflexão sobre a mulher e sua história através do teatro, como forma de resistência a todo tipo de opressão. A dança fechou a primeira noite com as apresentações do grupo O Corpo em Movimento na 3ª Idade e a Mostra Lauro + Dança.
De Ponta Cabeça – Baobá, um espetáculo de teatro de animação que tem elementos da cultura popular, contou a história africana da árvore de cabeça para baixo, a Baobá. O Candelabro, outra produção de Duzinho Nery, provocou a reflexão sobre a crueldade e a violência que vitimam milhares de mulheres. A peça se divide em lapsos de memória que marcam a vida de Maria Aurora, abordando os seus conflitos e o seu sofrimento, mostrando como em uma atitude transgressora ela consegue ser a sua própria luz, tudo de forma poética e sublime.
Sob a direção de Armindo Pinto, o espetáculo teatral África em Nós abordou a vinda de homens e mulheres da África como escravos, sua resistência e luta, em um paralelo com o século 21, em que a violência e o racismo resistem e persistem, de forma velada ou explícita.