Salva reivindica à prefeitura ações para o Verão de Vilas do Atlântico

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A praia de Vilas do Atlântico e Buraquinho: neste verão haverá dezenas de ninhos de tartaruga que estão sob proteção legal na areia
 
Acreditando que Vilas do Atlântico “não vem recebendo nos últimos anos o tratamento que a sua comunidade precisa e merece”, a Sociedade de Amigos do Loteamento de Vilas do Atlântico (Salva) encaminhou no mês passado à prefeitura de Lauro de Freitas uma lista de reivindicações agrupadas num “Projeto Verão Vilas do Atlântico – 2017/2018”.
 
O elenco de medidas começa pela requalificação do calçadão da praia: piso, iluminação, sinalização, acessibilidade. O calçamento em pedra portuguesa há anos pede uma reforma completa, embora não viva os seus piores dias atualmente.
 
Já a iluminação deverá mesmo ser revista para atender as normas legais de proteção às tartarugas marinhas, principalmente porque a partir deste ano elas vão nascer na praia de Vilas do Atlântico e não mais em Busca Vida, para onde antes eram transportados os ovos (leia reportagem às páginas 26 a 31).
 
O rio Sapato, há meses tomado pelo mato e baronesas, precisa ser limpo, pelo menos para viabilizar a “Avenida Verão” proposta pela Salva
 
Antes dos atuais postes de luz, o calçadão de Vilas do Atlântico tinha pequenas torres de iluminação do piso, projetadas com o auxílio do Projeto Tamar, que diminuíam o impacto da luz artificial tanto na desova das tartarugas como na eclosão dos ovos, quando as recémnascidas correm para o ponto mais claro que conseguem ver – normalmente, o mar. Se o ponto mais luminoso for a luz no calçadão, as tartarugas arriscam ver o dia nascer em torno de um poste, apenas para morrer em seguida.
 
Com os nascimentos previstos para ocorrer a partir de novembro e até março do ano que vem, a festa de réveillon este ano será um desafio para as autoridades locais, responsáveis e envolvidas na proteção à desova e aos ninhos de tartaruga na praia. Sem medidas adequadas, o dia 1º de janeiro será forte candidato a fazer manchetes nacionais por crime ambiental em larga escala, com dezenas de ninhos pisoteados em Vilas do Atlântico.
 
A Salva pede “um réveillon de paz e amor, como o povo merece” e o envolvimento de todas as secretarias e órgãos estaduais – listando a Coelba, a Embasa, a Polícia Militar e Civil – “para adotar medidas necessárias de maneira que o réveillon seja realizado da forma mais ordenada possível”. Em função dos ninhos de tartaruga, a presença de largo efetivo da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA), da Polícia Militar da Bahia, é medida igualmente recomendável.
 
A praia continua a ser uma das principais preocupações da Salva no bairro, que pede banheiros químicos por lá neste verão. Uma coleta seletiva de lixo foi também sugerida e a segurança de moradores e visitantes voltou a ser mencionada. A Salva quer mais operações de fiscalização do trânsito em Vilas do Atlântico, além de radares de velocidade nas avenidas Praia de Itapoã e Copacabana.
 
A fiscalização da prefeitura, sugere a Salva, deve estar atenta à “utilização de facões, churrasqueiras, chapas, espetinhos, botijão de gás, garrafas de vidro e utensílios afins ao longo do calçadão” – problemas que se tornaram comuns nas praias de Lauro de Freitas.
FOTO: O calçadão de Vilas do Atlântico, sempre objeto de reclamações pela conservação deficiente, volta a ser pauta da Salva
 
As “barracas clandestinas que se instalam no gramado do calçadão”, além de quiosques variados na praia, destinados ao comércio de aluguel de cadeiras, tendas e sombreiros fazem parte do cenário.
 
Proibir a realização de “eventos comerciais e lucrativos” em residências da orla de Vilas do Atlântico e fiscalizar “os sons elevados nas residências e barracas formalizadas” são medidas obrigatórias para o poder público, mas também fazem parte da lista de reivindicações.
 
A entidade quer ainda “disciplinar a entrada de veículos de grande porte”, como ônibus, vans e caminhões em Vilas do Atlântico – a exemplo do que foi feito no verão 2015-2016 pela gestão anterior, para evitar que excursões de banhistas cheguem à praia. O estacionamento nas alamedas de acesso à praia também pode ser proibido, se a reivindicação da Salva for atendida. Adicionalmente, a entidade pede a implantação de um sistema de estacionamento pago na avenida Praia de Copacabana.
 
Fiscalizar festas, barracas, ambulantes clandestinos, guardadores de carros e controlar animais são outras medidas sugeridas à prefeitura.
 
Equipar e melhorar os serviços de salva-vidas e “requalificar os serviços prestados” também faz parte da lista. A Salva menciona barraqueiros, baianas e ambulantes cadastrados. Além de estender o horário de trabalho dos salva-vidas até as 19 horas, a Salva pede que eles sejam equipados com stand-up paddle, pranchas de surf, pés de pato, coletes salva-vidas – e jet-ski.
 
Há ainda a proposta de transformar a avenida Praia de Copacabana numa “Avenida Verão”, como as ruas de lazer. Para isso, o rio Sapato precisa pelo menos ser mantido sem mato e baronesas. A Salva quer introduzir alevinos – peixes recém-nascidos – “para melhoria da despoluição do rio”.

 

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