Em uma turma do Ensino Médio levantei o seguinte questionamento: Quais os principais rios que cortam o território de Lauro de Freitas? Um aluno excêntrico respondeu: “Professor, o nome dos rios eu não sei, mas os esgotos são: Joanes, Ipitanga e Sapato”. Infelizmente, tive que aceitar a resposta. Cercada por rios poluídos, munícipes de Lauro de Freita não tem qualidade de vida. Nossa cidade banhada pelo Oceano Atlântico, cortada por três rios, ainda guarda um núcleo importante da Mata Atlântica no Quingoma. Porém, diariamente nosso patrimônio ambiental, histórico e cultural é espoliado pelo capital imobiliário, que nos impõe um crescimento desordenado. Com planejamento estratégico e visão, poderíamos ser a capital regional do ecoturismo e do desenvolvimento local sustentável.
Na condição de historiador, fico extremamente orgulhoso com os conteúdos da revista Villas Magazine, sobretudo aqueles que retratam a riqueza do patrimônio histórico e cultural da nossa amada Santo Amaro de Ipitanga. Considerei a matéria publicada na edição 241, de fevereiro deste ano, “Memórias Ipitanguenses”, de suma importância para a valorização da cultura popular local e da história do bairro de Portão. Parabenizo o primoroso trabalho sociocultural desenvolvido por dona Aidê. Parabéns também a todos os envolvidos nesse belíssimo projeto de resgate da nossa história.
E para concluir, hoje pela manhã (9/3) tive o prazer de fazer algumas compras na feira de agricultura familiar do quilombo do Quingoma. Fiquei feliz com o protagonismo da comunidade. Na feira encontrei produtos orgânicos variados de qualidade (queijos, carnes, frutas, verduras, mel, adubos, bebidas, artesanato, etc.) com excelentes preços, além do atendimento eficiente e acolhedor dos feirantes, como Fabiane, Daniele, Leila, Marivaldo, que nos faz querer voltar sempre. Em breve, quem visitar o local terá uma novidade prometida pela moradora Silvana: o serviço de “trançagem no cabelo”. Assim, este empreendedorismo social realizado pela comunidade quilombola gera uma economia solidária e criativa, que possibilita para os produtores e moradores maior inclusão social, qualidade de vida e valorização da cultura local. Parabenizo também a revista Vilas Magazine pela divulgação desse belíssimo projeto.
Tássio Simões Cardoso, doutorando em Educação pela Universidade do Estado da Bahia.