Três em cada cem casos são graves e provocam muito desconforto em quem convive com a doença
Varizes parecem coisas simples. Porém, em três de cada cem casos podem provocar até mesmo feridas difíceis de curar, que resistem na pele por décadas. Dores, sensação de peso nas pernas, inchaço, pele seca e coceira são sinais de alerta.
A genética é responsável por até 90% dos casos de varizes, embora outros fatores também possam desencadear a doença. Sedentarismo, obesidade e atividades que exijam que a pessoa fique muito tempo em pé ou que carregue peso colaboram para o surgimento. “Permanecer por muitas horas em pé facilita o surgimento de varizes. A gravidade dificulta o retorno venoso [bombeamento do sangue das pernas para o coração]”, diz a cirurgiã vascular Tatiana Schmuziger.
A incidência de varizes é maior em mulheres. Uma em cada três sofre da doença em algum momento da vida. “Mulheres têm maior predisposição a varizes devido ao fator hormonal, uso de anticoncepcionais e ainda é agravado pelo número de gestações. A menstruação e a menopausa também aumentam a dilatação das veias”, diz o cirurgião vascular Fabio Yamada.
Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, Marcelo Moraes afirma que é importante fazer o diagnóstico precoce da doença. “Quanto mais cedo cuidar da doença, mais simples de ser feito o tratamento. Se chegar a casos mais avançados, o procedimento costuma ser difícil.”
O especialista diz que o tratamento pode ser não-invasivo, com o uso de meias e medicação, ou cirúrgico, com a remoção, uso técnicas de queima ou preenchimento da veia. “A partir do momento em que se torna doente, a veia não tem mais cura. Tem que eliminar. Não há como cuidar mais dela”, diz Moraes.
DOENÇA PODE VOLTAR APÓS TRATAMENTO
Mesmo com técnicas modernas de intervenção e com o avanço da medicina, o tratamento das varizes não significa que o paciente ficará livre para sempre da doença. Isso por causa do fator genético. “Um em cada quatro pacientes vão ter novas varizes em até cinco anos após tratá-las”, afirma Marcelo Moraes.