Na longa batalha da vida, os seres humanos sempre estarão sentindo um vazio, no seu interior, pois a luta pela existência tem a ver com sua satisfação.
Alguns estudiosos dizem: “os trabalhos dos indivíduos, mesmo que sejam destinados à família, aos amigos, aos carentes, às instituições religiosas e sociais e tantos outros, no fundo, buscam satisfazer seu ego”.
Mas, como acontece o vazio humano?
Nada mais do que a preocupação com a sua vaidade.
Os seres humanos deveriam modificar suas consciências, para abraçar esse processo e entender, inicialmente, que tudo se transforma.
Na realidade, deveriam se preocupar com a felicidade dos outros, o desejo de viver, sem ilusões de vida eterna, elevar o princípio do ser, desligando-se do ter e viver o presente, pois isso é a grande sabedoria, instituída pelo Criador.
Porém, o vazio da vida nunca deve se confundir com sua existência real. Deve-se compreender que as mudanças são permanentes. Nada é estável nem tem longa duração.
Conscientizar-se e deixar de lado as eternas ilusões e a prática de futilidades seria a vivência ideal. Somente assim, os seres humanos conseguiriam a sonhada felicidade e buscariam a eternidade da vida renovada.
Pelo que ocorre na sociedade, de modo geral, chega-se à conclusão que as pessoas alimentam seus vazios, com o tédio, lembranças descabidas e conquistas avantajadas. Porém, o que mais insufla o vazio é o fato das pessoas não buscarem a compreensão das outras.
Se o ser humano, ao invés da nostalgia, insatisfação e carências, pensasse em como superar o vazio que queira se instalar em sua alma, não perderia tempo com suas falhas e lamentações. Falhar no lar, na cama, com seus filhos, companheiros e convívios, são situações que fazem parte da existência dos humanos. Isso é muito normal.
O principal desassossego dos humanos deveria ser com o vazio intelectual, o não avanço na espiritualidade, a exposição negativa de seus valores morais e éticos, pois a falta desses lhes colocam em má situação com a sabedoria e a evolução. A falta dessa busca implicará na oportunidade de sua alma ficar vazia.
Nem sempre será possível alcançar o que se deseja. Então se deve acostumar, também, com o vazio, desde que essa situação não seja eterna.
Outras vezes os seres humanos constroem muito no seu passado, para alegria e gasto no presente. No entanto, devem se lembrar que, sempre haverá um futuro. Felizes daqueles que têm um passado honrado e podem mostrá-lo no presente. Ou seja, olhar pelo retrovisor da vida e verificar a boa estrada que ficou para trás.
Mesmo que isso não tenha acontecido, só depende de cada um começar agora, “pois o passado será esquecido pelos outros, desde que se construa um futuro promissor e honrado”.
Alguns, na jornada da vida, se sentem desmotivados ou frágeis para atingir seus objetivos. Isso é uma demonstração de alma vazia.
Deve-se procurar o aprendizado e orientação de terceiros, sem, contudo, apenas sugar-lhe seus conhecimentos e valores.
Conforme Winston Churchill, estadista britânico (30/11/1874 – 24/1/1965), “o pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; e o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”.
Finalizando, o ser humano deve entender a distinção entre o querer e a necessidade. Assim, durante sua existência, buscará o alcance da necessidade. Dessa forma, não lutará pela riqueza desmedida, nem se consolará com a pobreza causticante, mas às condições confortáveis de vida, juntamente com sua família, amigos e agregados.
Brigar pelo querer é jogar fora a centelha, que existe no espírito.
Jaime de Moura Ferreira é Administrador, consultor organizacional, professor universitário, escritor, ambientalista, sócio fundador do Rotary Club Lauro de Freitas. E-mail: jamoufer@atarde.com.br