Bioplástico de Amido: Sustentabilidade no Ensino de Química no CETIP em Lauro de Freitas

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em lauro de freitas, estudantes da escola estadual de portão vivenciaram uma experiência inovadora: a produção de bioplásticos utilizando amido e resíduos orgânicos locais

A poluição plástica é um dos maiores desafios ambientais contemporâneos, atingindo ecossistemas terrestres e aquáticos. Estima-se que mais de oito milhões de toneladas de resíduos plásticos sejam despejadas nos oceanos anualmente, o que reforça a urgência de alternativas sustentáveis. Entre elas, destacam-se os bioplásticos, produzidos a partir de fontes renováveis como o amido, cada vez mais presentes nas pesquisas científicas.

Mas como trazer esse debate para o ambiente escolar?

Em Lauro de Freitas, estudantes da Escola Estadual de Portão vivenciaram uma experiência inovadora: a produção de bioplásticos utilizando amido e resíduos orgânicos locais, como polpa de beterraba e casca de mandioca. A atividade aproximou o ensino da Química do cotidiano dos alunos e promoveu reflexões críticas sobre consumo, descarte de resíduos e sustentabilidade.

A prática foi desenvolvida em três etapas. Inicialmente, os estudantes produziram amostras de bioplástico com ingredientes simples: amido, água, glicerina e vinagre. Em seguida, criaram versões enriquecidas com resíduos da comunidade, como cascas de frutas e hortaliças. Por fim, avaliaram propriedades como resistência, flexibilidade, permeabilidade e tempo de degradação no solo. O engajamento foi notório: os alunos observaram diferenças entre as amostras, identificaram a influência da glicerina na flexibilidade e perceberam como os aditivos naturais modificavam cor, textura e fragilidade.

Mais do que um experimento de laboratório, a proposta despertou curiosidade e abriu espaço para debates sobre o impacto dos plásticos convencionais, os riscos do consumo desenfreado e a relevância de soluções sustentáveis.

A experiência também evidenciou o caráter interdisciplinar do ensino de Química. Além das noções químicas, os alunos mobilizaram conhecimentos de biologia, física e matemática ao registrar dados, medir variáveis e interpretar resultados. Esse enfoque integrador dialoga diretamente com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que defende a articulação entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente.

Os resultados confirmam o potencial do bioplástico como recurso pedagógico e ferramenta de sensibilização ambiental. Para além da sala de aula, o projeto aponta para desdobramentos comunitários, como oficinas abertas, iniciativas de compostagem e integração com feiras locais. Assim, a escola reafirma seu papel como espaço de transformação social e ambiental, contribuindo para a formação de cidadãos críticos e comprometidos com os desafios da contemporaneidade.

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