Com uma série de modificações pelas quais o corpo passa ao envelhecermos, os dentes e a gengiva necessitam de cuidados diferentes na terceira idade. Essa nova forma de cuidar da boca pode ser necessária devido a alterações próprias da idade, uso de remédios ou doenças que danificam os dentes.
As mais comuns são a inflamação da gengiva e doenças que afetam as estruturas que sustentam os dentes na boca. “As doenças de gengiva têm influência genética [predisposição da pessoa], mas sua principal causa é a placa bacteriana”, afirma a dentista Chantal A. Bispo Tambara.
De acordo com ela, com o tempo, o metabolismo dos idosos passa a não ser tão eficiente para a defesa dos dentes e gengivas. “Somado a isso, os idosos têm mais dificuldade motora para higienização e mais elementos que retêm placa bacteriana na boca, como, por exemplo, as próteses e restaurações”, exemplifica Chantal.
Segundo especialistas, a visita ao dentista deve ser feita duas vezes por ano e os cuidados odontológicos variam de acordo com as condições que o idoso apresentar. “O acompanhamento deve ser mais frequente e o dentista deve saber lidar com os riscos e as necessidades de pacientes em tratamento médico para doenças do corpo, como diabetes, arritmias, insuficiências cardíacas, doenças renais”, ressalta.
O dentista Sérgio Kignel dá mais dois exemplos. Pacientes que se tratam contra o câncer e que, por isso, podem apresentar quadro de má nutrição, ter o processo de cicatrização alterado, perda da capacidade de sentir sabores, diminuição da resistência às infecções.
“Já os pacientes portadores de artrite apresentam perda da habilidade manual necessária para uma completa higiene bucal e os diabéticos têm alta prevalência de cáries múltiplas e doenças nas gengivas.”
BACTÉRIAS DA BOCA CAUSAM PNEUMONIA
Se os idosos têm más condições de saúde bucal, podem ter um comprometimento da sua alimentação, o que piora a qualidade de vida. A perda de dentes também pode causar impactos emocionais negativos, até depressão. Os especialistas ressaltam ainda que existem evidências de que bactérias da boca podem levar a doenças mais graves, como as do coração e pneumonia.