Muitos ainda não digeriram o anúncio da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre os riscos que alimentos como linguiça e bacon trazem para o aparecimento do câncer, mas o que os médicos tentam esclarecer é que não foi dada uma sentença de morte a eles.
O que eles pregam para a prevenção ao câncer é o que se recomenda também para evitar outras doenças: tenha uma alimentação equilibrada, faça atividade física, não fume, não abuse do álcool.
“Não é que as pessoas não possam mais comer linguiça, comer bacon, o que se quer mostrar que é o excesso leva a uma concentração maior dessas substâncias cancerígenas no organismo”, afirma o oncologista Hezio Jadir Fernandes Jr.
Não há níveis seguros de consumo a serem recomendados, mas, segundo o médico, o ideal é que seja entre uma vez por mês e 90 dias.
Segundo ele, a relação entre alimentos embutidos, enlatados e defumados com cânceres do trato gastrointestinal (estômago, cólon e reto) já era conhecido antes da recomendação da OMS. “O que a OMS fez agora foi admitir que esses alimentos são um risco à saúde da pessoa, principalmente quando usados em excesso”, diz.
A nutróloga Andrea Pereira, especialista em oncologia, diz que o ideal é balancear carnes vermelhas e brancas e incluir produtos integrais, verduras, frutas e legumes na dieta.
Além disso, é preciso reduzir o consumo de álcool, açúcar e sal. “É importante evitar produtos com corantes e conservantes em excesso”, ressalta.
Segundo os especialistas, também é preciso estar atento ao histórico familiar e a questões genéticas (que nascem com a pessoa). “Hoje sabemos que o câncer está intimamente relacionado a alterações genéticas que podem causar um tumor mesmo em indivíduos vegetarianos”, afirma Fernandes Jr.
Risco cresce de acordo com quantidade
As recomendações da OMS não definem valores seguros o consumo da carne processada. Por isso, o que os médicos recomendam é sensatez na hora de comer.
Observar os rótulos é uma boa maneira de calcular. Uma análise de dez estudos diferentes aponta que para cada 50 gramas de consumo diário (o mesmo que pesa uma salsicha), o risco de desenvolver câncer colorretal aumenta em 18%.