Eleições 2024: A um ano e meio para as eleições, o tabuleiro eleitoral em Lauro de Freitas está confuso e cheio de pré-candidatos

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Cidade vive momentos de turbulência política, em que situação e oposição não conseguem definir nomes para o próximo pleito eleitoral

A única coisa certa sobre as eleições de 2024, em Lauro de Freitas, é que ela será realizada no dia 6, primeiro domingo de outubro. Todas as forças políticas batem cabeças para encontrar um nome de consenso para a gestão e oposição na cidade.

Ao todo, conseguimos levantar 20 nomes que podem aparecer no processo eleitoral, e apesar da política estadual estar dividida entre lulismo e carlismo, poderá existir uma candidatura genuinamente bolsonarista na cidade, estragando os cálculos e sonhos de muitos candidatos.

Com a não polarização das candidaturas, há possibilidade real de, no mínimo, três forças políticas fortes para brigarem pela cadeira de prefeito da cidade.

Nas últimas eleições estaduais, enquanto o PT do presidente Lula recebeu 79.443 votos válidos, o que representa 66,36%, o carlismo, liderado por ACM Neto, teve 71.234 votos na cidade, representando um percentual de 58,98% dos votos para governador. A ala bolsonarista teve 40.270 votos, o que representa 33,64% dos válidos para o presidente Bolsonaro.

O AGRUPAMENTO DO PT. Eterno candidato do Partido dos Trabalhadores de Lauro de Freitas, Lula Maciel, que já foi vereador na cidade e abriu mão de sua candidatura, em 2004, para a atual prefeita, Moema Gramacho, colocou seu nome à disposição do partido, porém a prefeita possui preferência por outros três nomes: o primeiro é Ailton Florêncio, seu secretário de Administração, seguido pela eterna presidente da Câmara de Vereadores, Naide Brito e sua secretária de gabinete, Inglid Leila.

Se a prefeita seguir a lógica de 2012, quando seu vice na época, João Oliveira, se filiou ao PT para concorrer a vaga de prefeito, as chances do seu atual vice- -prefeito, Vidigal Cafezeiro, serão grandes e o candidato estará de malas prontas para deixar o Republicanos e se filiar ao PT.

Ainda no Republicanos, o atual secretário de Serviços Públicos, Anderson Pinheiro Santos, Decinho, espera ser reconhecido pelos mais de 17 mil votos que teve na última eleição e briga pela cabeça de chapa nas próximas eleições.

O PP, de João e Cacá Leão, embora nas últimas eleições tenha deixado a base do PT no estado, ainda possui três secretários na cidade, sendo que dois deles querem entrar na briga para serem candidatos a prefeitos em 2024: Tito Coelho, atual secretário de Desenvolvimento Social e Cidadania e Augusto Cesar, atual secretário de Saúde.

Ainda dentro da base governista, Moema poderá contar com os experientes Alexandre Marques, atual secretário de Meio Ambiente e presidente estadual do Partido Patriota e Antônio Rosalvo, atual secretário municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano Sustentável e Ordenamento do Uso do Solo. Rosalvo ainda está no PP, mas observa o partido Rede. Lembrando que este, inclusive, foi preterido na última eleição ao cargo de vice-prefeito.

O CARLISMO DE ACM NETO. O progressista João Leão, poderá ser a ‘salvação’ do grupo de oposição, pois é um nome de experiência e o único capaz de conseguir unir de fato todos os nomes em torno de um só projeto. Porém, o deputado federal, após passar oito anos no governo estadual, voltou para Brasília, onde deverá permanecer. O próprio deputado já externou, algumas vezes, que agora é a vez de nomes mais jovens.

Ainda no campo dos carlistas de ACM Neto, o União Brasil trabalha em torno de três nomes: o primeiro e principal é o de Teobaldo Costa, dono do Atakarejo, que teve nas eleições para prefeito em 2020 mais de 34 mil votos.

Existe também a vontade da ex-deputada Mirela Macedo, agora com um partido que a apoie e lhe dê condições legítimas de participar das eleições. Em 2020, Mirela saiu candidata pelo PSD e por não ter o apoio da legenda acabou conquistando apenas 9.100 votos.

Surpreendentemente, o União poderá lançar ainda o jovem vereador Sapucaia Júnior, pois existe uma discussão dentro da legenda que pretende oportunizar o surgimento de novas lideranças para fortalecer o planejamento de ACM Neto nas eleições de 2026.

O PSDB já bateu o pé firme e seu presidente estadual, Adolfo Viana, garantiu a legenda a Matheus Reis, que foi candidato a prefeito em 2016 e vice-prefeito na chapa de Teobaldo em 2020.

Compondo a base do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, tem o PDT, da vereadora Débora Régis, que pretende lançar seu nome como candidata do campo das oposições. Seu nome, apesar de ser leve entre o eleitorado da cidade, não consegue se firmar entre os demais pré-candidatos.

Uma possibilidade não tão remota é a candidatura de Mauro Cardim, que foi candidato nas últimas eleições para prefeito e pode ter o apoio do deputado federal João Leão.

O BOLSONARISMO. No campo dos bolsonaristas, existe a possibilidade de apenas dois candidatos. Com a garantia do presidente estadual do PL, João Roma, Leandro de Jesus, que atualmente ocupa o cargo de deputado estadual, já se colocou à disposição para brigar em nome de Bolsonaro e levar o nome dele. Seu mandato inclusive já começou a criar ações para apontar erros da gestão de Moema Gramacho e buscar melhorias na cidade.

Ainda no campo bolsonarista, o vereador Gabriel Bandarra (Tenóbio) busca um espaço dentro da bolha. Mantém o discurso, mas encontra resistência em achar legenda que apoie sua indicação à cadeira de prefeito da cidade. 

CORRENDO POR FORA. O apresentador da TV Bandeirantes, Uziel Bueno, que se diz amigo de todos e com bom diálogo nos diversos campos políticos da cidade, pediu para ter seu nome testado em pesquisas, e caso pontue acima dos dois dígitos, não medirá esforços para entrar e vencer essa briga no município.

Paulo Maneira é jornalista e consultor político. Comanda os podcasts Conjuntura Atual e Liga da Política.

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