Reclamações de barulho gerado por residências continuam em primeiro lugar, revela o monitoramento feito pelo Movimento Chega de Poluição Sonora
Novo relatório de ocorrências de poluição sonora foi divulgado em 27/2 pelo Movimento Chega de Poluição Sonora, com atuação no município de Lauro de Freitas. Os resultados foram obtidos através de um formulário digital criado em janeiro. “Só na primeira semana de aplicação do formulário foram reportadas 30 ocorrências”, comenta Hendrik Aquino, coordenador do Movimento.
A prefeitura de Lauro de Freitas criou canais exclusivos para as denúncias por whatsapp e telefone, no entanto ainda não estão sendo fornecidos números de protocolo para que as vítimas possam acompanhar o andamento das providências.
“Orientamos que as vítimas de poluição sonora e perturbação do sossego façam as denúncias através dos canais oficiais disponibilizados pela prefeitura e, caso não sejam atendidas ou não consigam fazer as denúncias, recorram ao formulário para que dados como dia, hora, local e fonte do barulho, sejam mapeados. O nome e dados pessoais das vítimas não serão divulgados” lembra Aquino.
Especialista em planejamento urbano, Hendrik afirma que o mapeamento é fundamental para reduzir o número de ocorrências. “Estamos buscando contribuir com o poder público. Este é um tema transversal pois tem relação com a saúde, o meio ambiente, o lazer, a educação, o trabalho, o trânsito dentre outras áreas e, para planejar as ações, é necessário saber onde, quando e como as ocorrências acontecem” afirma Aquino.
Bairros mais barulhentos
Os resultados do formulário aplicado pelo Movimento Chega de Poluição Sonora, no período de 19/1 a 27/2, revelam que:
Itinga, com 26,5%, é o bairro com o maior número de reclamações referentes a poluição sonora, seguido por Ipitanga, com 18,4%. Em terceiro lugar está o bairro de Vida Nova, com 14,3%, Vilas do Atlântico, em quarto lugar, com 10,2%, Vila Praiana, com 8,2%, Buraquinho, com 6,1% e o Centro, com 4,1%. Os bairros de Aracuí, Caji, Parque São Paulo, Pitangueiras, Portão e Recreio Ipitanga estão, cada um, com 2% das ocorrências de poluição sonora. Areia Branca, Barro Duro, Caixa D’água, Capelão, Jambeiro e Quingoma, não reportaram ocorrências.
Dias e horários mais barulhentos
Quanto aos dias da semana e horários, o maior número de ocorrências foi reportado às 23h com 18,8%. Em segundo lugar às 21h, com 10,4%. Em terceiro lugar ficaram empatadas às 10h, 19h e 22h, com 8,3% das reclamações. Durante às 17h, 18h e 20h, ocorreram 6,3% das reclamações, deixando evidente que mais de 60% das reclamações ocorrem no período noturno.
Domingo é o dia de maior número de ocorrências com 43,75%. Em segundo lugar está o sábado com 22,92%, a sexta-feira em terceiro com 12,5%, a quarta-feira com 8,33%, terça-feira com 6,25%, segunda-feira com 4,17% e a quinta-feira com 2,08%.
Graças ao formulário está sendo possível saber também quais as fontes do barulho a partir dos próprios denunciantes: As residências estão em primeiro lugar nas reclamações, seguida pelo comércio, veículos e as demais fontes de barulho estão localizadas nas vias públicas como eventos e caixas de som nos passeios e calçadas.
Algumas reclamações
“Tenho 80 anos, estou doente, moro a 650 metros da origem do som que está incrivelmente alto desde as 16 horas incomodando demais. Agora são 22h17 e o som alto continua”. Vilas do Atlântico em 22/2, sábado, às 22h18.
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“Qual é a dificuldade de vocês em virem fiscalizar essa bagunça daqui? É o tráfico, é? Chama a polícia, então….. não é possível que ninguém faça nada por isso aqui….. é barulho de quinta a domingo, a vida das pessoas para por conta disso! Gente, pelo amor de Deus, isso não é de hoje……a prefeitura esqueceu esse espaço que poderia ser aproveitado para o bem das pessoas! Mas não, quem tomou conta foi o tráfico de drogas”. Vida Nova em 15/2/2025, sábado, às 11h08.
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“Gostaria de solicitar alguém responsável para que faça uma ocorrência em uma barraca localizada dentro do conjunto Parque Santa Rita, bairro Itinga. Muito barulho quase todas as noites, se fosse finais de semana, tudo bem mas não, são quase todas as noite e o barulho vai até altas horas da madrugada, principalmente quando tem jogo na TV. Não entendo porque vem pessoas de fora beber nessa barraca, chamada: ‘Visual Parque’. Vocês deveriam impor horas para fechar esse estabelecimento, tem pessoas que por incrível que pareça acorda cedo para trabalhar. Praticamente todas as noites acontecem esse barulho, aqui é um condomínio. Gostaria que essa denúncia fosse anônima. Obrigado”. Itinga, em 26/2/2025, quarta-feira, às 12h52.
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“Loteamento Jardim Centenário pede socorro. Ninguém consegue dormir a noite por conta do som alto emitido por paredões automotivos e residências com caixa de som nas calçadas”. Itinga, em 19/1/2025, quarta-feira, às 19h12.
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“Aqui no condomínio é um horror de som alto. Tenho três vizinhos que frequentemente colocam música no último volume. Chamo a CIMU e nada acontece. Nem respondem”. Buraquinho, em 22/1/2025, sábado, às 21h44.
“Meu vizinho liga o som tão alto que não há condições de ficar em casa, tenho uma filha deficiente…”. Centro, 2/2/2025, domingo, às 18h42.
Como denunciar
A prefeitura de Lauro de Freitas disponibilizou, em 7/2, novos canais para denúncias de poluição sonora, através do WhatsApp 71 9694-9317, ou por ligações telefônicas para 71 3289-5427. O Movimento Chega de Poluição Sonora orienta as vítimas que não tiverem suas denúncias atendidas ou tenham dificuldades para denunciar, reportarem as ocorrências em formulário que pode ser solicitado por e-mail (chegadepoluicaosonora@gmail.com)
