O transbordamento do rio Ipitanga, como em 2010, é comum em Lauro de Freitas a cada chuva mais intensa
O projeto de amortecimento de enchentes no rio Ipitanga, revelado na edição 176, da revista Vilas Magazine, em setembro de 2013 (dir.) , há quatro anos – poderá sair do papel em breve. De acordo com a prefeita Moema Gramacho (PT), a obra já foi licitada e será executada pala Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), com recursos de mais de R$ 180 milhões do Governo Federal.
Uma área total de mais de 500 mil metros quadrados em Lauro de Freitas e Salvador foi declarada de utilidade pública pelo governo da Bahia em junho de 2014 para abrigar 18 áreas destinadas à construção de parques-reservatórios. A declaração de utilidade pública antecede a desapropriação onde for necessário.
De acordo com o edital de pré-qualificação da Conder de quatro anos atrás, o Ipitanga e dois dos seus principais afluentes vão ganhar um parque linear e seis parques isolados, que devem contar com mobiliário urbano em concreto, quadras polivalentes e campos de futebol, ciclovias e pistas para caminhada. Um dos parques estará em Lauro de Freitas, três no limite com Salvador e outros dois logo após a represa Ipitanga 1, em Cassange e São Cristóvão.
Os parques servirão como “reservatório de amortecimento de cheias”, popularmente conhecido como piscinão – uma solução de combate a enchentes aplicada no país desde os anos 90. A função da estrutura é armazenar temporariamente um eventual excesso de águas pluviais, evitando o transbordamento de cursos d’água.
As obras fazem parte de um pacote mais amplo, que visa também ampliar a capacidade de escoamento do Ipitanga, numa tentativa de eliminar os alagamentos que atingem vários bairros da cidade a cada chuva mais intensa.
Todo o trecho do rio Ipitanga entre a segunda ponte da Estrada do Coco e o rio Joanes terá a calha ampliada pelo desassoreamento do leito. O projeto previa também grandes bueiros de 2,2m na altura do Km 3,5 – onde poderá ser construída mais uma estação do metrô. Além disso, seis canais de macrodrenagem seriam construídos ou ampliados, incluindo o Caji da Urbis, Jardim dos Pássaros e Santa Júlia, Jaraguá e Horto, Lagoa dos Patos e Fazendão.
PARQUES
Um dos maiores parques previstos seria o Rosa dos Ventos, que ocupará a área em frente à cabeceira da pista do aeroporto internacional, na Estrada do Coco, ao longo de um trecho de 450 metros do Ipitanga e que receberá o terceiro piscinão dos seis que serão construídos.
O primeiro será no futuro Parque Sítio das Palmeiras, em Cassange, Salvador, nas imediações da avenida Aliomar Baleeiro. O segundo será construído no Parque Beira Rio, no bairro do Parque São Cristóvão, 700m a jusante do reservatório anterior.
Já em Lauro de Freitas, o quarto reservatório estará situado no Parque Alameda dos Ingazeiros, que incluirá a maior parte da área entre a via alternativa e a avenida Dois de Julho, início da futura via expressa para a praia de Ipitanga. O Alameda dos Ingazeiros começa 2,5 Km depois do Rosa dos Ventos e segue até a parte de trás do ginásio municipal de esportes e Restaurante Popular.
Embora a maior parte do trecho esteja efetivamente incorporado a Lauro de Freitas, ainda é formalmente território de Salvador, assim como o Parque da Mata, ao longo de um trecho do rio Itinga, a cerca de 1,8 km a montante do Ipitanga. Ali seria construído o quinto reservatório de amortecimento.
O sexto e último ocupará uma grande área das margens do rio Caji-Picuaia, a cerca de 1 Km a montante do Ipitanga, entre Vida Nova e o Caji- Caixa d’Água. Virá a ser o Parque das Águas.
Para a prefeita, além da oferta de novas áreas de lazer em tempos de estiagem, outro benefício dos reservatórios é a facilidade da limpeza dos sedimentos e do lixo carreados pelas águas de chuva, que acabarão concentrados em um único ponto. O custo de canalização da vazão das águas também fica reduzido, em comparação com outras soluções.