Parque Ecológico de Vilas do Atlântico cai no gosto de adultos e crianças

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Miguel desafia a tirolesa do parque: “muito legal”
 
Reaberto ao público no dia 5 de junho, em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, o Parque Ecológico de Vilas do Atlântico vem atraindo visitantes entusiasmados com o novo espaço de lazer. Há até uma área com brinquedos para a criançada escalar – e uma tirolesa para desafiar os ‘mais corajosos’.
 
Miguel, cinco anos, ficou fã do brinquedo. Visitando o parque com a mãe, Kátia Amaral, o garoto gostou de tudo o que viu. A concha acústica com a sua arquibancada de pneus coloridos também chamou a atenção dele. “Achei muito legal”, disse.
 
Kátia Amaral e seu filho: animados com as futuras atrações na concha acústica
 
Guilherme, que tem quatro anos, ficou encantado com as cores da passarela de cimento que percorre a área urbanizada do parque. Acompanhado dos pais, Vagner Sales e Joyce Azevedo, ele, que é fã de flores, gostou também do orquidário. Sales elogiou o espaço, lamentando não haver outros como aquele na cidade. A prefeita Moema Gramacho (PT) também esteve por lá com o neto e usou uma rede social para publicar foto no orquidário.
 
Noah e seus pais: a conservação do ambiente recém-inaugurado agradou
 
As intervenções foram realizadas entre outubro e dezembro do ano passado, com custo estimado em cerca de R$ 130 mil, pagos por uma construtora em contrapartida ambiental – conforme anteriormente publicado pela Vilas Magazine. Na época a praça de acesso ao parque, na avenida Praia de Itapoan, também ganhou melhorias, com a reconstrução das muretas e do piso em pedra portuguesa, além de um coreto.
 
O investimento foi feito principalmente no edifício da administração – todo reformado para abrigar também a guarda ambiental e a sede da Sociedade de Amigos do Loteamento de Vilas do Atlântico (Salva). A sala principal foi transformada em espaço de recepção do parque.
 
Parquinho infantil: sucesso entre a garotada que visita o parque
 
Usando pneus velhos pintados em cores variadas, também foram montadas algumas fileiras de assentos em frente à concha acústica. As novidades foram entregues no final de dezembro, mas o parque permaneceu fechado. (Foto: Guilherme e os pais posam para foto: espaços de lazer são raros na cidade)
 
De lá para cá foram “cinco meses de intenso trabalho de revitalização para compor mais uma alternativa de lazer para a comunidade e de pesquisa para as universidades”, avalia a prefeitura. “A ideia é catalogar a fauna e a flora deste lugar com o apoio das faculdades de Lauro de Freitas”, disse Alexandre Marques, secretário municipal de Meio Ambiente – e esse é apenas um dos planos já traçados, havendo a promessa de realizar inúmeros outros.
 
A área pública do parque mede quase 135 mil m², uma área verde classificada como Zona Especial de Interesse Ambiental (ZEIA) desde o final de 2011, quando uma emenda ao Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal (PDDM) criou essa e outras quatro áreas de proteção. Três delas são espaços contíguos ao do Parque Ecológico, totalizando mais de 225 mil m². Segundo a prefeitura, 15 mil m² são agora utilizados com propostas ecológicas ligadas à preservação da natureza.
 
Apresentação de teatro na concha acústica: múltiplos eventos no espaço urbanizado.
 
A vegetação natural do parque é de restinga, não mata atlântica – embora tenham sido levadas para lá também espécies desse bioma – contou Cláudio Ferreira, um dos técnicos responsáveis pelo parque no ano passado, quando a área agora urbanizada começou a ser limpa. Mas a maior parte da área pública continua inacessível. (Foto: A
prefeita Moema Gramacho posa para foto com o neto no orquidário: convite à visitação.)
 
Uma antiga trilha está hoje tomada pela vegetação e pela invasão das residências limítrofes. Há quintais improvisados e depósitos de lixo. “Esse trecho beirando as residências, praticamente está todo cercado”, disse Jorge Neto, também responsável pelo parque, à reportagem da Vilas Magazine no ano passado – “cada um fez seu quintal”.
 
As invasões são antigas, mas só no ano passado foram documentadas pela prefeitura. Segundo as autoridades municipais de então, cerca de 2,7 mil metros quadrados do parque estavam ocupados por ‘puxadinhos de quintal’ de residências localizadas nas ruas Praia de Suape, Praia de Tramandaré, Praia de Orange, Praia de Itapoan, Praia de Mar Grande e Praia de Itaparica, no entorno do Parque Ecológico. Segundo os gestores da prefeitura na época, são áreas verdes e de passagem para o parque que foram “anexadas” pelos lotes vizinhos. De acordo com avaliação da própria prefeitura, o conjunto das áreas invadidas valeria cerca de R$ 1,5 milhão.
 
No pequeno trecho em que Neto e Cláudio Ferreira conseguiram trabalhar, foi construída em anos anteriores uma passarela de madeira sobre o que já foi um brejo, cheio de espécies exuberantes e de origens variadas, como os oitizeiros que agonizavam em meio a cipós. Para a reabertura do parque, boa parte dessa área foi manejada.
 
 
Funcionando como parque urbano para o lazer da criançada, o espaço recuperado cumpre bem a sua função. Noah, de dois anos, veio do condomínio Alphaville com os pais, Gustavo Moreira e Rafaele Costal, só para conhecer a área. “Em Salvador não há nada assim”, verifica o pai. “O problema é a manutenção, é preciso manter os parques”, avaliou Rafaele.
 
Os equipamentos da área urbanizada incluem uma horta orgânica, com plantas medicinais e verduras, um borboletário, um viveiro, orquidário, estufa, abrigo temporário de animais silvestres, a trilha suspensa sobre o antigo brejo, a concha acústica, dois espaços livres e, claro, o parquinho infantil com a tirolesa – as duas atrações que encantam as crianças.
 
Segundo a prefeitura, a horta realça o objetivo educacional e conscientizador proposto pela secretaria de Meio Ambiente. “Nós queremos atrair as famílias, juntar amigos e crianças com entretenimento e segurança garantidos”, disse Alexandre Marques.
 
Segundo ele, várias secretarias pretendem movimentar o lugar com novidades para todas as faixas etárias.
 
 
A manutenção parece garantida, já que a proposta da prefeitura é dar uso contínuo ao parque, inclusive com a oferta de cursos, como o de compostagem – útil para quem quer produzir o seu próprio adubo a partir do lixo orgânico doméstico. O primeiro curso aconteceu ainda em junho, ministrado por biólogos da empresa Sal da Terra. “A arte de transformar lixo em adubo” mostrou o processo biológico em que microorganismos transformam a matéria orgânica.
 
De acordo com a prefeitura, uma das participantes do curso, a advogada Luisa Vieira, disse que vai colocar em prática o que aprendeu. “Tenho muitas plantas e sempre comprava adubo. Eessa será uma solução econômica para mim e eficiente para o meio ambiente”, disse.
 
O espaço tende a se tornar também um recinto de eventos de todos os tipos. Idosos de quatro instituições já comemoraram ali o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, com um passeio promovido pelo Movimento Municipal de Luta da Pessoa com Deficiência, Mobilidade Reduzida e Idosos.
 
Foto: O secretário Alexandre Marques na
reabertura do parque: lazer para as famílias

 

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