
“A erisipela é um processo infeccioso por uma bactéria que acomete a camada superficial da pele, provocando dor, inchaço e feridas vermelhas e inflamadas. Atinge principalmente pernas, braços, mãos e face”, explica a médica dermatologista Juliana Toma. “A pele tem função de proteção e defesa do organismo, impedindo que germes do meio externo invadam o corpo. Com a quebra desta barreira de proteção, a bactéria invade camadas mais profundas da pele”, completa.
Segundo Clivia Oliveira Carneiro, médica dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), além da medicação com o uso de antibióticos, o repouso também é necessário. “O tratamento é feito com antibióticos específicos para a bactéria causadora da doença, associado a medidas gerais de repouso com membros inferiores elevados, limpeza e assepsia do local acometido”, diz.
Parece ser algo “simples”, mas se a erisipela não for tratada, pode desencadear para um problema maior.
“Quando o processo é mais intenso podem surgir bolhas, ulcerações, linfedema, acompanhado de náuseas, febre, fadiga, mal-estar geral e até septicemia [infecção generalizada]. A mortalidade é rara, mas pode ocorrer, sobretudo em crianças e imunossuprimidos”, diz Clivia.
DIABÉTICOS DEVEM TOMAR MAIS CUIDADO
Pessoas diabéticas, ou com problemas de circulação, são as que precisam tomar mais cuidado com as feridas na pele, pois elas possuem as defesas mais baixas. Além do mais, não é raro o paciente diabético perder a sensibilidade nos pés, o que deixa a porta aberta para a entrada de bactérias, principalmente por meio das frieiras.
“A erisipela acomete mais pessoas com diabetes mal controlada, úlceras venosas crônicas, pé de atleta, ou até mesmo após manipulação inadequada das unhas. Pessoas também que tenham má circulação ou problemas imunológicos são mais suscetíveis. Assim, é importante tratar e cuidar destes fatores de risco para evitar a infecção”, diz a dermatologista Juliana Toma.
Até mesmo uma picada de inseto pode abrir a porta de entrada para a infecção cutânea.
“Pequenas lesões na pele como micoses e picadas de inseto podem servir como porta de entrada para a bactéria. Assim, ela passa a barreira de proteção, e vai se espalhando nas camadas da pele, gerando os sintomas”, diz Juliana.
PRECAUÇÕES
A principal recomendação dos médicos para evitar a erisipela e manter a higiene, principalmente secando bem os pés.
“Mantenha sempre sua correta higiene, não negligencie machucados ou outras portas de entrada. Mas, se estiver com a doença, deve procurar um médico para iniciar imediatamente o tratamento específico”, diz Clivia Oliveira Carneiro, médica dermatologista.
O uso constante de meia elástica também ajuda a combater o inchaço causado pela infecção.