Poesia cordelista do Malta da Serra vai contar história da capoeira

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A cultura e a história da capoeira vão ser contadas em literatura de cordel
 
O Grupo Malta da Serra, de Lauro de Freitas, vai desenvolver um livro que conta a história da capoeira em forma de poesia cordelista. “O livro será ilustrado por crianças que praticam capoeira em três locais diferentes, não só do meu grupo”, conta a contramestre de capoeira Maria Luisa Pimenta. Trata-se de “um livro de história que vai sair de forma criativa”, explica, em “oito meses de aulas e oficinas”.
 
A contramestre foi a proponente de um dos projetos ligados à capoeira e que foi contemplado, de forma inédita, por edital do Fundo de Cultura da Bahia que distinguiu 372 projetos em todo o estado, aprovados na etapa de análise de mérito. Ao todo, foram 23 segmentos artísticoculturais contemplados. 
 
Nesta edição do convênio com o Fundo de Cultura, os setores de Capoeira e Leitura receberam verbas específicas, R$ 500 mil e R$ 200 mil, respectivamente. A capoeira teve 13 dos 106 inscritos aprovados e Leitura 11 das 55 propostas avaliadas.
 
Outro destaque foi o edital de Cultura Popular, em versão simplificada, um marco nas políticas públicas por permitir que os proponentes possam descrever o seu projeto em áudio e vídeo. O segmento de Música concentrou o maior número de inscritos (401), sendo 15 selecionados com o investimento de R$ 1,5 milhão.
 
O destaque do ano foi o volume de recursos direcionado ao Audiovisual, que chegou a R$ 14,5 milhões, incluindo outras fontes de financiamento captadas pelo governo.
 
Foram selecionados projetos culturais dos 27 territórios de identidade da Bahia, distribuídos entre o Médio Sudoeste, que teve a maior quantidade de propostas aprovadas no comparativo por território (27,8%), além de regiões como o Setor Produtivo do Sertão, Velho Chico, Semi-árido Nordeste 2 e Região Metropolitana de Salvador.
 
Um dos projetos selecionados foi o do bando de Teatro Olodum, que poderá levar o espetáculo Ó Paió para o interior – Cachoeira, Santo Amaro e Feira de Santana – e formar novos públicos.
 
Proponente do projeto, a atriz e produtora Valdineia Soriano disse que o Bando já desejava levar a peça para outras cidades. “É um espetáculo que ganhou muita visibilidade após ter ido para o cinema e a TV. Que as pessoas do interior também sejam presenteadas com a versão teatral, que inspirou tudo isso”, disse.
 
Na opinião do jornalista e produtor de audiovisual Eduardo Machado, o aumento do volume de recursos para produções audiovisuais é um importante incentivo para o setor na Bahia. “Ter produções audiovisuais que retratem e empoderem a identidade negra é de extrema importância”, opinou.
 
Machado é proponente e parceiro do Coletivo Tela Preta, composto por cineastas negros e negras, que teve o projeto Travessia Negra selecionado pelos Editais Setoriais deste ano. “Trata-se de uma mostra de cineastas afrodescendentes.
 
Entre os meses de maio e setembro de 2017 serão exibidos dez filmes com temática afrodescendente no Centro Cultural Plataforma, no Subúrbio Ferroviário de Salvador”, explica Machado.
 
Criado em 2005 para incentivar e estimular as produções artísticoculturais baianas, o Fundo de Cultura do Estado da Bahia é gerido pelas Secretarias da Cultura e da Fazenda do governo da Bahia. O mecanismo custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Está estruturado em quatro linhas de apoio, modelo de referência para outros estados da federação – Ações Continuadas de Instituições Culturais sem fins lucrativos, Eventos Culturais Calendarizados, Mobilidade Artística e Cultural e Editais Setoriais.

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