Maquete eletrônica do projeto de requalificação da orla de Salvador mostra trecho de Stella Maris
A Associação Stella4Praias, que representa moradores da área de Stella Maris a Ipitanga – no trecho que pertence a Salvador – vai “provocar uma audiência pública” por meio da Ouvidoria da Câmara de Vereadores de Salvador para que a secretaria de Cultura e Turismo da capital e a Fundação Mário Leal Ferreira “esclareçam os detalhes de arquitetura do projeto que não estão explícitos”, disse Clarice Bagrichevsky a respeito da reunião do último dia 27 de junho para tratar do projeto de requalificação da orla.
Bagrichevsky destaca que a secretaria de Cultura e Turismo foi convidada para a reunião, mas não compareceu. A presidente da entidade quer ver explicado também o projeto executivo, de engenharia, “porque somente com a existência desse documento é que o BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento] irá liberar os 105 milhões da obra”, diz.
O evento do mês passado foi pensado para apresentar o projeto e contou com a presença de moradores, empresários da região e ONG. A presidente da associação explicou que “o projeto, dentre os problemas dele, além da devastação ambiental, passa por dentro de uma área onde não contemplou dois equipamentos importantes para o saneamento básico, que é a elevatória perto da Carlos Lott, da Embasa e uma que tem na divisa com a praia do Flamengo, na barraca do Louro”.
Bagrichevsky critica também o “excesso de pavimentação numa área que deveria estar totalmente preservada, porque aqui foi uma área de proteção ambiental, é uma restinga de praia, e o final dela, antes de chegar no Flamengo, mais gravemente ainda, é uma área de preservação permanente” – e “ali nada poderia acontecer”.
FOTO: Clarice Bagrichevsky, presidente da Associação Stella4Praias: críticas ao projeto de requalificação da orla
Na opinião dela, o projeto tem “a qualidade de trazer o ordenamento, porque é necessário, a praia aqui está um horror, está entregue à baderna, porém se esse ordenamento fosse feito contemplando a questão ambiental, contemplando a questão da urbanização voltada para uma sustentabilidade seria ótimo”. E conclui: “mas não, é simplesmente um projeto rígido, cheio de calçamento e deixa informações importantes de fora, como essa do saneamento básico”.