A Prefeitura de Lauro de Freitas divulgou nota informando que a rede hoteleira do município, (aproximadamente 2.500 leitos em 20 empreendimentos), atingiu 100% de ocupação na maioria dos hotéis e pousadas, durante os dias de Carnaval, baseado em levantamento da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) e Conselho Municipal de Turismo. Segundo os dados, o perfil dos turistas foi predominantemente de pessoas do interior do Estado e turistas de outros estados. Edmilson Sales, superintendente municipal de Turismo, declarou que “depois de dois anos sem Carnaval, a procura por leitos na cidade superou as expectativas. A Bahia tem um dos maiores Carnaval (sic) do mundo e Lauro de Freitas tem vantagens por estar ao lado do Aeroporto Internacional, ter estação de metrô, além de contar com praias paradisíacas e um excelente setor de gastronomia que atraem os turistas”.
Cidade turística (???) A nota prossegue: Lauro de Freitas é o portal de entrada da Zona Turística da Costa dos Coqueiros. No município começa o Litoral Norte da Bahia, com suas três praias que atraem visitantes todos os dias. A praia de Ipitanga é um verdadeiro point privilegiado pelos surfistas, a praia de Vilas do Atlântico chama atenção por suas piscinas naturais na maré baixa e a praia de Buraquinho onde o encontro do rio com o mar oferece um espetáculo de rara beleza, atrai adeptos do esporte náutico.
NOTA DO EDITOR
Se os foliões visitaram as praias da cidade, devem ter se assustado com o estado de abandono e favelização que encontraram, em Vilas do Atlântico e Buraquinho, principalmente. Que a natureza nos privilegiou, não há dúvida, mas o poder público precisa marcar presença ostensivamente, para, pelo menos, considerar a cidade como preparada para receber turistas. Da forma como estão favelizadas nossas praias, praças, rios, beira ao absurdo reivindicar frequência de visitantes “vendendo” estruturas que não possuímos, de verdade. Como atrair o visitante a conhecer o “espetáculo de rara beleza da praia de Buraquinho”, no degradante estado em que ela se encontra, totalmente favelizada?
MORADORES OPINAM
Praias poluídas pelos rios, cheias de barracos de madeiras sem autorização, ambulantes sem cadastro, eventos sem licença. Curioso ler na nota que “a Bahia tem um dos maiores Carnaval (sic) do mundo”, para não citar o carnaval de Salvador. Quem vem para Lauro de Freitas não vem por conta do Carnaval da Bahia e sim pelo Carnaval de Salvador e da Linha Verde. Ao menos é dito que “Lauro de Freitas tem vantagens por estar ao lado do Aeroporto Internacional, ter estação de metrô”, “Lauro de Freitas é o portal de entrada da Zona Turística da Costa dos Coqueiros. No município começa o Litoral Norte da Bahia”, ou seja, o visitante não vem para Lauro de Freitas por conta da cidade mas pelo que está ao lado da cidade. Uma pena. Como a cidade não tem o que oferecer, cobra mais barato para ele se hospedar. A natureza, de fato, tem nos dado grande oportunidades, nós, e os nossos gestores, é que não estamos sabendo aproveitar.
Hendrik Aquino, jornalista.
A propósito da matéria publicada no site oficial da PMLF, em 21/2/23, sob o titulo “Hotelaria de Lauro de Freitas registra ocupação máxima durante o Carnaval” há que se fazer algumas observações dentre as inúmeras aberrações cometidas com a irresponsabilidade característica dessa gestora:
1) O município não tem esgotamento sanitario, não tem política de preservação do meio ambiente, destrói ninhos de tartaruga marinha, desobedece leis municipais e federais de limite de emissão sonora, desrespeita o direito do cidadão morador de Vilas do Atlântico em sua opção pelo sossego, desobedece o TAC de Vilas do Atlântico, polui nossos rios e nascentes, destrói a restinga das nossas praias, incentiva o acúmulo de lixo nas praias e ruas residenciais e, claro, beneficia as barracas de praia ilegais que não trazem nenhum ganho para o municipio e seus munícipes. É o império do capital sobre o bem-estar da população, sob a égide de um governo pretensamente democrático e ciente dos seus deveres para com o cidadão e a cidadania!
Delanise Costa, moradora de Vilas do Atlântico há 18 anos.
