Contamos com a ajuda da prestigiosa revista Vilas Magazine, para trazer a público uma inacreditável agressão ao meio ambiente regional. Queremos denunciar a devastação das dunas de Jauá e Abrantes por caçambeiros e sua ocupação por grileiros e particulares que invadem terras públicas. Em ambos os casos destaca-se a indiferença das autoridades públicas encarregadas de proteger o meio ambiente e reprimir a invasão de terras que pertencem ao Estado.
A Associação dos Moradores da Rua Aquarius e Via Parque – AVP, sediada em Jauá, já fez essa denúncia, acompanhado de numerosos elementos de investigação e prova, a um sem-número de órgãos públicos, e os resultados obtidos até agora foram escassos. Receberam a denúncia procuradores do Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Ministério Público Estadual em Camaçari, Secretaria de Meio Ambiente Estadual, Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – Inema, APA Joanes-Ipitanga, Polícia Federal, Polícia Civil e Militar, Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, secretários municipais, Departamento Nacional de Produção Mineral e muitas outras personalidades. E nada foi resolvido.
Os caçambeiros roubam porque têm mercado – as lojas de material de construção. As pessoas que encomendam areia e recebem a areia de dunas não sabem que ela não serve para construção. Ela é fina demais para a massa do concreto e está cheia de cristais de sal que se dissolvem com o tempo. Em outras palavras: o que é construído com essa areia não dura muito. Ela é barata porque é roubada, mas seu preço é altíssimo e todos nós pagaremos esse preço no futuro com a destruição do meio ambiente.
Para muitas pessoas, as dunas são apenas montes de areia, mas elas impedem o aumento da temperatura, pois absorvem calor, resguardam os lençóis freáticos de água doce, protegem a costa dos ventos e do salitre, entre outros benefícios.
Ana Maria Mandim, jornalista, segunda secretária da Associação dos Moradores da Rua Aquarius e Via Parque.
