Tartaruga despigmentada já pode receber visitas no Tamar

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Uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) que nasceu sem a coloração da espécie foi transferida no mês passado para as piscinas de visitação pública na base do Projeto Tamar na Praia do Forte. Ainda muito jovem, a tartaruga rara continua sendo estudada. Com 4,5 kg e 34 cm de casco, a tartaruguinha já se alimenta bem.
 
A veterinária do Projeto Tamar, Thaís Pires, conta que a tartaruga tem mínimas chances de sobreviver na natureza por causa da anomalia genética, chamada de leucismo, que diminui a pigmentação da pele e do casco. A falta do padrão cromático natural impede a tartaruga de se esconder dos predadores, reduzindo ainda mais as já pequenas chances de sobrevivência dos filhotes de tartaruga no mar.
 
Estima-se que apenas um ou dois em cada mil filhotes sobrevivam até a idade adulta no ciclo de vida das tartarugas marinhas. Isto acontece de forma natural, já que os filhotes servem de alimento para uma grande diversidade de animais, incluindo caranguejos, polvos, aves marinhas e peixes de todos os tipos. Assim, a camuflagem é importante, principalmente na fase juvenil.
 
Além disso, se fogem aos padrões naturais, elas não conseguem nem mesmo atrair um companheiro ou companheira. O gênero do exemplar despigmentado continua desconhecido.
 
Mas, sob cuidados especiais, a pequena tartaruga já pode receber visitas e deve continuar a viver na base do Tamar, ajudando os pesquisadores a compreender o fenômeno, que é raro em tartarugas marinhas. Colocada em um espaço exclusivo, só para ela, a tartaruga especial pode ser vista todos os dias das 8h30 às 17h30, no Museu da Tartaruga Marinha, na Praia do Forte.
 
O Projeto Tamar protege tartarugas marinhas no Brasil desde 1980, trabalhando na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção, em 25 localidades e cerca de 1.100 quilômetros de praias.

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